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Metodologia de projeto: o que é e como escolher a melhor para a sua empresa

Ter uma metodologia de projeto facilita e organiza a realização de atividades. É fazer todos falarem a mesma língua numa empresa. Saiba como fazer isso na prática!


Todo mundo escolhe os seus caminhos para chegar até um determinado objetivo. Com as  empresas não seria diferente. Mas como atingir os objetivos esperados e fazer a gestão de processos, equipas e prazos? Definir a metodologia de projeto é um importante passo para seguir.

Tudo começa justamente com a definição de qual caminho seguir. E no mundo corporativo, isso passa por planear, desenvolver e executar projetos. 

Escolher uma metodologia adequada é fazer todos falarem a mesma língua, padronizar ações, priorizar atividades, fazer a gestão de equipas e muito mais. As vantagens são inúmeras!

Neste artigo, saberá exatamente o que é uma metodologia de projeto, quais os modelos mais utilizados e como colocá-los em prática. Confira!

O que é uma metodologia de projeto?

Uma metodologia de projeto é a grande responsável pela capacidade de planear e executar um projeto desde a sua conceção até a entrega final para o cliente

Ou seja, ter uma metodologia de projeto facilita e organiza a realização de atividades, entre tantos outros benefícios.

E é por isso que diferentes metodologias surgem como mecanismo para que a equipa possa atingir os objetivos desejados por meio de uma série de ferramentas e conhecimentos.

Fazer a gestão de projetos não é apenas chefiar e distribuir as atividades para a equipa. Envolve buscar soluções de forma ágil, resolver os conflitos de interesses ou motivar a equipa nos momentos de maior pressão.

Quais são os tipos de metodologias de projeto?

Tradicional

Os métodos tradicionais de gestão de projetos foram definidos pelo Project Management Institute (PMI) no guia Project Management Body of Knowledge (PMBOK).

O guia descreve as áreas de gestão, os âmbitos, as estruturas, entre outras características dos projetos.

A gestão tradicional possui uma perspetiva linear, com estrutura bem definida e ações previamente mapeadas. 

Assim, nos métodos tradicionais, um produto só será útil e fará sentido na sua entrega final, ou seja, o valor é entregue ao cliente quando a produção atinge a sua totalidade.

Portanto, fica mais desafiador lidar com as mudanças que surgem e adaptar-se aos novos cenários constantemente.

Ágil

O modelo ágil de trabalho tem como característica tornar mais simples a gestão dos fluxos internos de informação e execução de tarefas. 

Para isso, é estabelecido um controlo preciso, embora flexível, de processos como tempo, custos, âmbito, funcionalidades e qualidade do projeto.

Um projeto é algo, tradicionalmente, idealizado como um todo, como se fosse um bloco único.

Ao aplicar metodologias ágeis, o projeto é dividido em pequenas partes, que vão a ser executadas em prazos menores.

Outra característica decisiva na gestão ágil de projetos é o compromisso de todos os integrantes da equipa, tendo como foco a busca por soluções dinâmicas e não mais em processos rígidos.

Híbrido

O modelo híbrido une tanto as metodologias tradicionais, quanto os métodos ágeis na abordagem de um projeto. Ele junta “o melhor dos dois mundos”.

Desta forma, a empresa pode escolher e customizar o seu modelo ideal, a partir das características da equipe, das atividades executadas e do projeto em si.

Por exemplo, uma instituição pode utilizar metodologias ágeis, como o Scrum e Kanban, para organizar as necessidades e as equipas e, ao mesmo tempo, seguir com o âmbito tradicional na aprovação com o cliente.

5 modelos mais populares

1. Modelo Cascata

O Modelo Cascata é um framework clássico dos processos de gestão em projetos, difundido nas décadas passadas, tornando-se muito popular em empresas.

As fases de desenvolvimento do modelo geralmente são:

  • Análise de requisitos;
  • Projeto; 
  • Implementação; 
  • Testes, 
  • Integração e manutenção.

O modelo é mais rígido e baseia-se em atividades padronizadas e sequenciais, isto é, uma etapa deve acontecer sistematicamente após a outra, sem âmbito de trabalho paralelo.

Apesar de ainda ser bastante utilizado, o modelo em Cascata já não é tão dinâmico o suficiente para atender a maioria das necessidades do mercado atual.

Por isso, os métodos em Cascata têm sido gradualmente substituídos por metodologias ágeis, que obtêm feedback dos clientes em tempo real e produzem ciclos de validação ao final de cada etapa de trabalho.

2. Scrum

O Scrum é uma das metodologias ágeis mais populares. E por definição, o método é um framework desenvolvido para gerenciar projetos.

Neste modelo, as tarefas são divididas em ciclos chamados de sprints, que normalmente duram duas semanas.

Ao contrário de outros modelos, o Scrum prevê entregas em pequenas frações —  que possibilita uma série de benefícios.

Além disso, existem reuniões diárias, chamadas de daily,  para que toda a equipa saiba quem está fazendo o que. 

Desta forma, os problemas são identificados com antecedência e a equipa pode resolver pendências, antes que saiam do controlo.

3. Lean

Lean não é, necessariamente, uma metodologia. É uma filosofia de gestão inspirada nas práticas adotadas pela Toyota nos anos 70, que tem como foco o uso mais inteligente de recursos.

Basicamente, o objetivo principal do Lean é identificar e eliminar desperdícios e problemas, a fim de tornar os processos e projetos mais enxutos.

A filosofia Lean se baseia em 5 pilares específicos, são eles:

  1. Valor: o princípio número 1 do Lean é entender o que é valor na perspetiva do cliente.
  2. Fluxo de valor: é o fluxo de trabalho da empresa a fim de identificar quais são as etapas que realmente agregam valor ao produto/serviço.  
  3. Fluxo Contínuo: é o fluxo de trabalho criado à prova de interrupções/ problemas. 
  4. Produção Puxada: outra premissa importante, dentro do Lean, é produzir apenas o que o cliente necessitar (com qualidade e no tempo, porém sem excessos ou desperdícios).
  5. Perfeição: por último, o Lean também baseia-se na busca pela perfeição. Isso é feito por meio da melhoria contínua de processos, pessoas, serviços e tudo o mais que estiver inserido neste ecossistema.

4. Extreme Programming (XP)

O Extreme Programming, ou XP, é um framework voltado ao desenvolvimento de software que engloba um conjunto de boas práticas voltadas à codificação.

O seu foco está na padronização de códigos, programação em par, entre outras características.

O XP é uma forma de alcançar o máximo em desenvolvimento de software, a partir de interações curtas e com feedback contínuo do cliente.

A adoção do XP requer um mindset onde existam feedbacks constantes e resposta à mudanças, fundamentais para alcançar melhoria contínua em práticas no âmbito de programação.

5. Canvas Model

A tarefa de estruturar um modelo para os negócios ficou mais simples com o surgimento do Business Model Canvas.

O modelo é uma ótima ferramenta para a gestão estratégica e propõe uma forma para obter entendimento sistemático do negócio

O Business Model Canvas é composto de nove blocos que formam o mapa visual do negócio, são estes:

  • Atividades-chave: as atividades mais importantes para executar a proposição de valor da empresa.
  • Recursos-chave: os recursos que são necessários para criar valor para o cliente. 
  • Rede de parceiros: as alianças de negócios que complementam os outros aspetos do modelo de negócio.
  • Proposição de valor: os produtos e serviços oferecidos pelo negócio. 
  • Segmentos de clientes: o público-alvo para os produtos e serviços de uma empresa.
  • Canais: o meio pelo qual uma empresa fornece produtos e serviços aos clientes. 
  • Relacionamento com o Cliente: o processo de gestão de relacionamento com o cliente.
  • Estrutura de custos: a estrutura monetária dos meios utilizados no modelo de negócios.
  • Fluxos de faturação: a forma como a empresa ganha dinheiro através de uma variedade de fluxos de faturação. 

Como escolher o modelo de metodologia mais adequado?

Eis que surge a questão: qual a melhor metodologia de projeto para aplicar na minha empresa?

A resposta é simples: depende do projeto.

É comum ver as duas metodologias sendo usadas de forma complementar, o que permite usufruir da organização proposta pelo PMBOK e do dinamismo dos métodos ágeis aplicados à gestão de projetos.

Como as necessidades das equipas e das empresas são diferentes, compor variados métodos pode ser a solução ideal para a sua equipa. 

Lembre-se: cada metodologia tem as suas particularidades, mas cada uma pode ser adaptada às características de uma equipa.

Como aplicar uma ou mais metodologias na sua empresa?

Depois de conhecer as principais metodologias e tipos de projeto e saber qual usar, chega o momento de colocar tudo em prática.

E para isso, seguir alguns critérios pode facilitar a implantação da metodologia escolhida. Confira as principais etapas:

1. Defina o modelo e padronize processos 

O primeiro passo para aplicar a metodologia com sucesso é definir exatamente o método a ser seguido. E isso inclui padronizar os processos e as tarefas.

A criar padrões, seja por semelhança de atividades ou entre áreas, fica mais fácil dividir o projeto em etapas, categorias, sequência de ações, entre outros.

Tudo isso permite que a execução seja mais rápida e simplificada.

2. Adeque o modelo às necessidades

Após definir o modelo e padrões, recomenda-se compreender as necessidades específicas de cada equipa, setor, ou área do projeto.

Assim, pode adequar a metodologia de projeto às necessidades específicas do âmbito de trabalho e também garantir que as particularidades das equipas sejam preservadas.

3. Treine a equipa

E por falar em equipa, formação é a garantia de que todos estarão alinhados e pode usar a metodologia escolhida com pleno conhecimento das funcionalidades.

É promovendo a capacitação adequada que os comportamentos que envolvem riscos são mapeados e entende-se a melhor forma de lidar com falhas, por exemplo.

4. Tenha prioridades

Um projeto é um misto de múltiplas atividades, diferentes âmbitos/áreas e equipas variadas. E tudo isso conectado e dependente entre si.

Como fazer tudo funcionar de forma coordenada? O primeiro passo é conhecer cada etapa, fase, âmbito para evitar erros.

Quando existem muitos cenários de projetos ocorrendo simultaneamente, é fundamental entender a importância de cada para estabelecer prioridades.

5. Documente as atividades

É aqui que muitos pecam. Documentação ou mapeamento de atividades é uma etapa fundamental de toda metodologia de projeto.

Rastrear todas as ações, custos, resultados é o que te fará ter a visão do projeto como um todo, de falhas aos acertos. Assim, dúvidas são esclarecidas e há clareza nas informações.

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