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Métricas de UX: saiba como medir os seus resultados

A importância de investir esforços na experiência do cliente é um fato, mas como medir o retorno destas ações? Conheça as métricas de UX.


Cada vez mais setores da indústria têm percebido a importância da experiência do utilizador para os negócios. Mas investir em experiência pode ser, por vezes, algo muito subjetivo. É neste momento que entram as métricas de UX. 

Medir o retorno das ações é fundamental para estimular ainda mais a cultura centrada no cliente, além de ser uma forma de “provar” que elas trazem resultados. 

Acompanhe este conteúdo e conheça as métricas de UX que vão ajudar-te a medir os seus esforços. 

O que são métricas de UX? 

Métricas de UX são indicadores que facilitam a medição de resultados das ações focadas na experiência do cliente. 

Com elas é possível, além de perceber se a experiência dos utilizadores está a ser satisfatória, ter insights sobre o uso do produto e possíveis problemas que devem ser reparados. 

É importante ressaltar que as métricas de UX podem ser tanto quantitativo quanto qualitativo e costumam ser divididas em 3 grandes blocos, são:

  • Descritivas que mostram o que aconteceu;
  • Percetivas focam mais na perceção do cliente;
  • De resultado que traz os números em si.

Quais os indicadores acompanhar? 

Bom, a resposta mais adequada é depende. Afinal, saber quais os indicadores acompanhar vai depender dos OKRs e objetivos. A ideia é conciliar os interesses dos utilizadores e o retorno financeiro para a empresa.

Não é tão difícil quanto parece. Uma vez que projetar boas experiências é benéfico para toda gente – para a empresa, que gera a tão desejada vinculação; e para os utilizadores, que são contemplados com os processos descomplicados para uma série de atividades do cotidiano.

De uma forma ou de outra, os resultados podem ser medidos para justificar o investimento financeiro, com base nas métricas de UX. 

Podemos dizer que uma boa experiência é resultado de um planeamento cuidadoso, análises, testes e investimento. Tudo isto num processo de melhoria contínua.

Nenhuma empresa investe em UX porque o concorrente investiu. As organizações só vão investir em experiência do utilizador quando estiverem convencidas de um benefício específico que tornará os seus resultados melhores.

Um bom UX é aquele que consegue melhorar KPIs e o ROI. Por isso a importância das métricas de UX para acompanhar isso tudo de perto.

Confira a seguir alguns indicadores que significam um bom retorno de investimentos em UX:

  •   Aumento da taxa de conversão;
  •   Aumento na taxa de retenção de clientes;
  •   Melhora nos índices de satisfação;
  •   Redução no time-to-market de produtos;
  •   Redução de tickets para áreas de resolução de problemas;
  •   Redução de tempo na conclusão de tarefas (utilizador);
  •   Redução de erros de utilizador;
  •   Construção de lealdade de marca.

Mas valores médios, os benefícios genéricos e teoria não funcionam para a sua empresa. Quer saber como começar a medir o UX no seu negócio, certo?

Então vamos à prática.

3 principais métricas de UX 

Já falamos da importância de medir o retorno do seu projeto e quais indicadores ficar de olho. Agora, separamos as 3 das principais métricas de UX. Confira!

1. Google H.E.A.R.T.

O Google H.E.A.R.T. é um framework de medição de ROI do Google, que propõe uma maneira de criar métricas para quantificar o retorno dado por um projeto. O acrónimo leva em consideração:

  • H – happiness
  • E – engagement
  • A – adoption
  • R – retention
  • T – task success

Isso significa que, para a gigante do Vale do Silício, felicidade, engajamento, adoção, retenção e taxa de sucesso são os principais pontos a serem avaliados em sua usabilidade.

Lembra quando falamos lá em cima sobre as experiências que promovem vinculação do utilizador com a marca? Pois é, o H.E.A.R.T (não por acaso, coração, em inglês) é construído exatamente em cima desta definição.

Definir métricas de UX pode, muitas vezes, ficar um pouco subjetivo. Por isso mesmo, o H.E.A.R.T. impressiona pelo didatismo. Cada um dos parâmetros iniciais abrange uma série de outras métricas que podem ser aplicadas ao produto como um todo – ou a uma funcionalidade específica. Tudo isso para fornecer a análise de experiência mais completa possível.

Confira o que é avaliado em cada um dos parâmetros do H.E.A.R.T.:

Happiness

A felicidade mede as atitudes do utilizador, normalmente coletadas através de inquéritos de satisfação, como a Net Promoter Score, e avalia a facilidade de uso percebida por quem utiliza uma interface.

Engagement

Mede o nível de envolvimento do utilizador com o produto/serviço. As métricas avaliadas são mais numéricas, como quantidade de visitas, tempo médio de utilização e até número de indicações do serviço a terceiros. É bem parecido com o que se faz ao medirmos o desempenho de redes sociais.

Adoption

A adoção mede a quantidade de utilizadores novos que converteram, ou seja, que passaram a utilizar o produto. É possível segmentar isso por funcionalidade, o que deixa a análise ainda mais precisa.

Coisa que precisamos prestar atenção nesta fase são os novos entrantes e atualizações para a última versão do produto.

Retention

A retenção é um dois maiores focos de muitos executivos, sendo a métrica fundamental de fidelização de clientes. Ela mede a frequência e a taxa de retorno dos utilizadores. Isso se traduz na repetição do uso de uma aplicação, por exemplo – ou do fluxo de compras por meio de determinada plataforma.

Task Success

A taxa de sucesso da tarefa mede a eficácia, eficiência e erros, condições que impedem os utilizadores de cumprirem determinada ação na plataforma ou interface. Está atrelada à finalidade da experiência e ao objetivo proposto.

Erros representam atritos que devem ser eliminados. Com esta métrica, é possível avaliar o percentual de vezes que a incidência de erros impede os utilizadores de executarem uma ação.

O Google H.E.A.R.T. sinaliza ainda outros 3 pontos de contacto que devem ser observados: os objetivos, os sinais e as métricas.

  1. Objetivos– são os mais abrangentes. Nosso objetivo aqui no blog MJV é que a taxa de visitantes continue alta. Para nós, isso indica que conseguimos sanar as suas questões com eficácia, atestando a qualidade do conteúdo que produzimos.
  2. Sinais – números que auxiliam na medição da evolução no objetivo. Para mantermo-nos neste exemplo, aqui falamos de variáveis como o seu tempo de navegação no blog ou o número de partilhas deste post.
  3. Métricas – estas sim devem ser mais detalhadas, como o número de pessoas que leram determinado artigo. Isto funciona como um funil para a quantidade de pessoas que vão nos enviar e-mail a querer saber mais sobre o assunto e até mesmo nas conversas com a equipa de vendas.

2. NPS

Se ainda não se deparou com a mensagem “Qual a probabilidade de recomendar este site a um amigo?” durante as suas últimas compras pela Internet, as empresas podem ter perdido uma ótima oportunidade de coletar um feedback de usabilidade valioso.

Este tipo de feedback é o que sustenta a validação Net Promoter Score (NPS), uma métrica que indica a probabilidade do seu utilizador recomendar um produto, serviço ou experiência a terceiros. A pergunta que a NPS faz ao utilizador é:

“Você garante que nós podemos repetir o tipo de experiência que teve nesta interface?”

Geralmente, este tipo de avaliação é dada numa escala de 0 a 10, a ser de 0 a pior experiência possível e 10 o suprassumo do UX.

O cluster qualitativo das avaliações divide-se em 3, a ter equivalência nas possíveis notas:

  • Promotores: utilizadores que atribuem notas 9 ou 10 à experiência representam alta satisfação e indicam grandes chances de recomendação.
  • Passivos: notas 7 ou 8 representam grau de satisfação moderado, mas uma possibilidade mais baixa de recomendação. Estes feedbacks não entram na conta do cálculo.
  • Detratores: notas que vão de 0 a 6 representam insatisfação acentuada acerca da experiência. Pode indicar falta de adaptação à interface. 

Ok, e como calcular o NPS? 

  1. Para calcular o Net Promoter Score, o primeiro passo é desprezar o número de avaliações passivas. 
  2. Então, subtrai-se o percentual de detratores da percentagem de promotores. A escala varia de -100% (apenas detratores) até +100% (apenas promotores).

Vantagem 

A facilidade com que os dados são coletados, a precisar responder a uma única questão, é uma grande vantagem do Net Promoter Score. Isso aumenta muito a probabilidade dos utilizadores responderem à solicitação.

Este mini-inquérito também comprova com dados quantitativos a efetividade de um interface na condução do utilizador para a finalização da tarefa, bem como o grau de satisfação dele com o processo. 

Além disso, funciona como um alerta em tempo real sobre a necessidade de ajustes rápidos na usabilidade em caso de negativas, por exemplo.

O problema fundamental do NPS

O NPS apresenta algumas limitações. A primeira é que diz respeito a uma única pergunta. Também só é possível avaliar a opinião dos utilizadores que completaram a tarefa em questão.

O método não estabelece parâmetros como desempenho ou tempo de finalização da tarefa. Além disso, não segrega as experiências ótimas das boas – ou ruins das péssimas. E há bastante insights nestas “áreas cinzas”.

É importante ressaltar que desconsiderar passivos e classificar detratores – de opiniões tão variadas (0 a 6) – no mesmo grupo favorece a imprecisão.

O NPS é um forte indicador de fidelidade do cliente. É uma métrica de UX simples e bem aceita pelos utilizadores. Mas lembre-se: não é uma abordagem qualitativa. 

Recomendamos que combine com outras métricas de UX para obter uma avaliação holística do seu produto, serviço ou experiência.

3. SUS 

Como já percebemos, usabilidade não é algo exatamente fácil de se medir. O System Usability Scale, ou SUS, é uma escala numérica de usabilidade criada por John Brooke, profissional de UX que trabalhava na Digital Equipment Corporation, em 1986.

O SUS é amplamente utilizado por sua versatilidade – pode ser aplicado para avaliar diversos serviços como softwares, hardwares e outros tipos de interface. O método também é bastante popular entre profissionais de UX por trazer insights bem segmentados para o pesquisador.

O SUS ajuda a avaliar critérios como:

  • Efetividade – mostra se os utilizadores conseguem completar os seus objetivos;
  • Eficiência – quais os esforços e recursos foram necessários;
  • Satisfação – se a experiência do utilizador foi boa.

O inquérito

O inquérito é composto por 10 perguntas, que devem ser respondidas pelo utilizador com notas que variam entre 1 a 5 – onde 1 significa total discordância e 5 concordância irrestrita em relação a uma determinada afirmação.

A melhor aplicação do SUS acontece ao fim da experiência de navegação por uma plataforma ou interface – e as suas perguntas podem ser adaptadas para a avaliação do produto em questão. Confira!

  1. Acho que gostaria de usar este sistema com frequência
  2. Acho o sistema desnecessariamente complexo
  3. Achei o sistema fácil de usar
  4. Acho que precisaria de ajuda de alguém com conhecimento técnico para usá-lo
  5. Acho que as várias funções do sistema estão muito bem integradas
  6. Acho que o sistema apresenta muita inconsistência
  7. Penso que as pessoas aprenderão como usá-lo rapidamente
  8. Achei o sistema confuso de usar
  9. Senti-me confiante ao usar o sistema
  10. Precisei aprender várias coisas novas antes de conseguir usar o sistema

Numa escala de 0 a 100, a nota do SUS possui uma média de 68. 

Atenção: se a nota da sua aplicação ou site está baixa, é provável que estejamos diante de uma aplicação com problemas críticos de usabilidade.

“Espere, achei que o máximo eram 50 pontos”. Nós explicamos.

Para as perguntas ímpares, é necessário subtrair 1 da nota que o utilizador atribuiu. Para as perguntas pares, subtrair 5 da nota dada (5-x). Depois, some os 10 valores e multiplique por 2,5. Este será o seu score.

O System Usability Score oferece um ótimo panorama sobre o cenário que estamos presentes e qual feedback preciso para melhoria de estratégia. 

Conhecer o cliente é a chave  

Não há argumentos tão fortes quanto números e estatísticas. Mostrar aos stakeholders que a estratégia está a funcionar é a melhor maneira de justificar a importância do investimento em UX.

Mas como estamos a falar também de user experience, é necessário pensar primordialmente no utilizador. Para isso, conheça os seus problemas, os seus objetivos e desenvolver as soluções baseadas nessas informações.

Três passos simples vão ajudar-te a conhecer melhor o seu utilizador, confira:

  1. Construa personas

Personas são personagens construídos com base em características de pessoas reais, idealizados a fim de representar os diferentes utilizadores que utilizarão determinado serviço.

Criar personas é uma maneira eficaz de entender os diversos contextos nos quais os usuários podem estar inseridos – e os variados níveis de dificuldade que públicos distintos podem ter ao interagir com a sua solução.

  1. Use wireframes como protótipos

Um wireframe é uma representação gráfica usada para simular o layout de um site ou aplicação, demonstrando como elementos essenciais da interface organizam-se. Este esquema gráfico pode ser feito, por exemplo, com lápis e papel e, quando validado, prototipado de forma digital, interativa e melhor detalhada.

  1. Faça testes de usabilidade

O teste de usabilidade é o momento de saber o quão funcional e intuitivo é o seu produto. Consiste em observar o utilizador completar tarefas utilizando um protótipo. O objetivo é detetar atritos e dificuldades na usabilidade.

Gostou do conteúdo? Esperamos que tenha te ajudado a entender mais sobre as métricas de UX, mas se ainda assim não souber muito bem por onde começar, peça ajuda: clique aqui. 

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