Desde o final do ano passado, quando o Facebook anunciou que mudaria o seu nome para “Meta”, o metaverso tornou-se a palavra do momento.

Quase que da noite para o dia, muitas empresas passaram a querer saber mais sobre o assunto, enquanto outros grandes players do mercado, como a Microsoft e a Softbank, anunciaram investimentos milionários na tecnologia.

O ponto é que, mesmo com o termo estando em alta, ainda há muitas dúvidas sobre o que de fato é o metaverso, bem como os riscos e vantagens em torno da novidade.

Se faz parte do grupo de pessoas que ainda não entendeu totalmente o que é essa tecnologia e por que as grandes empresas estão de olho nela. A partir de agora, vamos contar tudo o que precisa saber! 

O que é o metaverso?

Apesar de ter ganhado notoriedade com a mudança de nome do Facebook, o termo metaverso não é novo. Na realidade, o termo surgiu em 1992, quando foi criado por Neal Stephenson, em seu livro de ficção científica “Snow Crash”.

O tema também foi abordado em 2011, no romance futurista “Ready Player One” – que inclusive virou filme em 2018. Na obra, que se passa em 2044, os personagens ficavam horas e mais horas conectados ao OASIS, um simulador virtual que dava-lhes a possibilidade de serem o que bem entendessem.

Ambas as publicações dão indícios do que o metaverso é: uma espécie de realidade paralela, que integra o mundo real e virtual em experiências que podem transitar entre ambas as dimensões.

Vale ressaltar que é quase impossível defini-lo de uma forma única, tendo em vista que a sua utilização ainda tem muito para evoluir e as transformações trazidas pelas tecnologias são imprevisíveis.  

Mas Matthew Ball, autor do livro “The Metaverse: And How It Will Revolutionize Everything”, tem uma ótima definição para o conceito, segundo o autor:

“O metaverso é uma rede massivamente dimensionada e interoperável de mundos e ambientes virtuais 3D, renderizados em tempo real, que podem ser experimentados de forma síncrona e persistente por um número efetivamente ilimitado de utilizadores com um senso de presença individual e com continuidade de dados, como identidade, história, direitos, objetos, comunicações e pagamentos.”

Na prática, o metaverso tem a capacidade de recriar experiências em realidade virtual, ao mesmo tempo que, suportado por tecnologias como a Realidade Aumentada, pode ultrapassar à dimensão física. O online e o offline podem encontrar-se e as relações, o consumo e jornadas têm o potencial de transitar entre ambas as dimensões.

Confira uma linha do tempo para entender o conceito do surgimento à sua evolução.

As 7 camadas do metaverso

Atualmente, pode ser dividido em 7 camadas, são: 

  1. Experiência

A camada da experiência está diretamente ligada a desmaterialização, algo que os jogos já fazem bem. Do entretenimento, às compras, a criação de conteúdo e vários outros tipos de interação social que, desmaterializadas dentro do metaverso, podem ser expandidas.  

Quando o espaço físico é desmaterializado, as experiências podem tornar-se mais amplas. Por exemplo: um concerto físico tem restrição na quantidade de lugares na área vip, mas isso não acontece no ambiente virtual. Lá é possível personalizar a experiência e oferecer o melhor para cada pessoa.  

  1. Descoberta 

Dentro da camada da descoberta temos a apresentação de novas experiências para as pessoas. De maneira geral pode acontecer de maneira ativa (quando o indivíduo busca algo) ou passiva (uma divulgação que não foi necessariamente solicitada). 

Independente do formato escolhido, a criação de conteúdo voltada para a comunidade e a presença em tempo real devem ser as principais apostas para quem deseja oferecer atividades que as pessoas realmente desejam e se interessam. 

  1. Creator Economy 

A quantidade de pessoas a criar conteúdo no metaverso tem crescido exponencialmente e essa camada é sobre dispor de toda a tecnologia necessária para a criação de boas experiências. 

Nesse sentido, houve muita evolução desde que os pioneiros na criação de experiências online surgiram. E para continuar a evolução é importante que esses criadores sejam equipados com recursos abertos e descentralizados. 

  1. Computação espacial

Na camada de computação espacial entram todos os recursos e ferramentas que nos permite manipular espaços 3D e criar experiências híbridas entre o físico e o digital. 

Aqui entram mecanismos 3D, reconhecimento de voz e gestos, integração de dados de dispositivos e biométricos, entre outros recursos.

  1. Descentralização

A descentralização é um elemento importante para construir a visão de metaverso proposta acima. Nesse contexto, a experimentação e a escala aumentam consideravelmente quando os sistemas são abertos e interoperáveis. 

Pois permite aos criadores de conteúdo aproveitar todos os recursos sem a necessidade de pensar na sua construção ou integração.

  1. Interface humana

Na sexta camada do metaverso temos os hardwares, componentes e acessórios que compõem e facilitam a interface humana. Esse tipo de recurso tem sido cada vez mais modernizado e se tornado mais poderoso. 

Talvez os smartglasses seja o dispositivo mais facilmente associado à interface humana no metaverso, mas não é o único recurso. Alguns dispositivos vestíveis e sensores miniaturizados têm sido experimentados. E a tendência é que isso aumente. 

  1. Infraestrutura

A última camada está ligada à infraestrutura utilizada para que os nossos dispositivos conectem-se à rede e ao próprio metaverso. 

Nesse sentido, a tecnologia 5G tem melhorado muito a conectividade e o 6G vai aumentar ainda mais a velocidade das conexões. 

Por que a sua empresa precisa ficar atenta ao metaverso?

Essa definição de metaverso que trouxemos acima ainda não é uma realidade em larga escala. Esse é um “ponto de chegada” da tecnologia. 

Os games representam uma parte do que pode ser essa tecnologia no futuro, mas estes não são o metaverso, em si. São plataformas que dão dicas de como vai ser, por já viabilizar experiências, funcionalidades e vivências do que seria essa vida operada no online. 

Para além das empresas de games, que já investem em criar realidades virtuais há tempos, a tendência é que organizações de outros setores comecem a criar experiências virtuais e pautar o caminho para uma ação consolidada no metaverso. 

Muitos especialistas já o apontam como sendo o futuro da internet: um futuro mais imersivo, no qual as pessoas poderão interagir umas com as outras, bem como, estudar, trabalhar e consumir, por meio de seus avatares (bonecos virtuais customizados).

Para as empresas, o metaverso representa uma revolução na maneira de fazer negócios. Com o metaverso, as marcas poderão, por exemplo, contar histórias extensivas, interativas e emotivas, melhorando ainda mais a experiência de seus clientes/utilizadores.

Além disso, também pode servir como o meio do caminho entre o trabalho remoto e o presencial do pós-pandemia. Um exemplo disso é o Mesh, plataforma da Microsoft que permite a realização de reuniões com hologramas e experiências partilhadas por meio de aplicações de realidade mista.

Vantagens e riscos de apostar no metaverso

Por ser algo muito novo e significativamente complexo, muitas empresas seguem analisando as vantagens e desvantagens de investir no metaverso.

Bom, como já dissemos anteriormente, esse novo salto tecnológico promete facilitar a conexão dos utilizadores, a melhorar a experiência e a interação com as marcas.

Essas e outras possibilidades que o metaverso oferece para as empresas, especialmente no que diz respeito à capacidade de fortalecer os seus serviços, está entre os principais motivos que têm levado grandes marcas a investirem nesta frente.

Em contrapartida, esse novo mundo virtual ainda enfrenta alguns desafios e certa resistência. Para começar, dar vida ao metaverso é preciso uma série de tecnologias de custo elevado (falaremos mais sobre a seguir).

Mas não é só isso: alguns pontos como a privacidade, segurança de dados e o possível vício que o metaverso pode causar têm gerado duras críticas, o que pode atrapalhar o seu avanço nos próximos anos. 

Afinal, é preciso gerar envolvimento suficiente para que o metaverso decole de vez.

Ainda assim, trata-se de um mercado bilionário que, segundo a Bloomberg Intelligence, deve chegar a US$ 800 bilhões (R$ 4,5 trilhões) em 2024, puxado principalmente pelos games e por eventos realizados nessa nova camada de realidade.

Tecnologias envolvidas no metaverso

Como dissemos anteriormente, criar um novo universo virtual é algo que necessita o envolvimento de diferentes tecnologias. Confira, na sequência, as principais:

1. Realidade virtual

A realidade virtual (VR) caracteriza-se por recriar ao máximo a sensação de realidade para um indivíduo. Com o uso de equipamentos de VR, é possível fazer parte de um ambiente tridimensional gerado por computador, manipular objetos e até executar uma série de ações enquanto está imersa.

2. Realidade aumentada

Apesar dos conceitos de realidade virtual e realidade aumentada serem confundidos, trata-se de coisas diferentes.

A realidade aumentada difere-se pela inserção de objetos virtuais no mundo real por meio de marcações em determinados ambientes, sem envolver a imersão. Um bom exemplo disso é o jogo Pokémon Go.

Existe ainda a realidade mista que é a união dessas duas vertentes. Neste caso, além de estar imerso em um novo ambiente por meio da visão, também é possível usar o tato para interagir com a realidade virtual, o que torna a experiência ainda mais interativa.

3. Blockchain e criptomoedas

A ideia é que o metaverso tenha uma economia virtual própria. Isso significa que é preciso uma ligação direta com o mercado de Blockchain e as tecnologias que ali operam, como as criptomoedas.

Inclusive, uma das principais maneiras de investir no metaverso é comprando criptomoedas associadas a ele. Entre estas, podemos citar a Decentreland (MANA), Sandbox (SAND) e Enjin Coin (ENJ). 

Conclusão

Como viu até aqui, o metaverso abre diversas oportunidades para diferentes setores, como os de educação, entretenimento e retalho.

Embora ainda haja muito a ser discutido sobre o assunto, uma coisa é fato: essa é uma tendência que promete estar cada vez mais presente no nosso dia a dia. Portanto, se a sua empresa valoriza a inovação, é fundamental ficar atento.

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